Estação de caminhos de ferro do Ramalhal
Estação ferroviária da Linha do Oeste, construída no séc. 19, composta por edifício de passageiros e o das instalações sanitárias, com implantação lateral, paralela às linhas férreas. O edifício de passageiros, do tipo 4.ª classe, e com tipologia igual ao das Estações da Malveira (v. IPA.00036251), de Runa (v. IPA.00036252) e de Óbidos (v. IPA.00025862), da mesma linha, ainda que o último de maiores dimensões, do tipo 3.ª classe, possui planta retangular e fachadas evoluindo em dois pisos, de composição simétrica e regular, a principal e a posterior de três panos, o central terminado em empena, e rasgadas por vãos em arco, tendo ainda na posterior pala ou marquise metálica sobre a plataforma. Já no séc. 20 foi colocado silhar de azulejos, enxaquetado. As instalações sanitárias, albergando cubículos sanitários e lampistaria com acessos em fachadas opostas e com urinóis dispostos lateralmente, utilizam nos elementos estruturais das fachadas massa pintada, em vez de cantaria, e têm remate em aba corrida, mas possuem silhar de azulejos enxaquetados igual ao do edifício de passageiros.
EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS, disposto paralelamente à linha férrea e do seu lado esquerdo (sentido ascendente), tem planta retangular, de volume simples e massa disposta na horizontal, com cobertura em telhado, de duas águas, revestido a telha cerâmica e rematadas em beiradas simples. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com dois pisos, separados por friso de massa, pintado de cinzento, percorridas por socos de cantaria, cunhais apilastrados e remates em frisos e cornijas, de massa, igualmente pintados de cinzento. São rasgadas por vãos em arco de volta perfeita, com molduras de cantaria, protegidos por caixilharias de madeira, pintadas de branco. A fachada principal, virada a noroeste, e a posterior, às linhas, têm estrutura semelhante, com três panos, definidos por falsas pilastras, o central terminado em empena angular, e rasgado por porta larga, janela de peitoril e óculo circular, este com moldura de massa, pintada de cinzento. Nos panos laterais abre-se janela de peitoril, em cada um dos pisos. A fachada posterior, com os vãos laterais do piso térreo correspondendo a portas, é percorrida por silhar de azulejos enxaquetados, verdes e brancos, e por pala ou marquise metálica, sobre colunas em ferro, avançada sobre a plataforma. Junto à porta central, existe relógio de dupla face. As fachadas laterais, rematadas em empena, são rasgadas por pequeno óculo circular, no segundo piso, com moldura em massa, pintada de cinzento, e possuem toponímia.
EDIFÍCIO DAS INSTALAÇÕES SANITÁRIAS de planta retangular simples, com cobertura em telhado de duas águas, revestidas a telha cerâmica, e rematadas em aba corrida. Tem as fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais e embasamento de massa, pintados de cinzento, silhar de azulejos enxaquetados, verdes e brancos, e a zona superior aberta, com travejamento de madeira. Interiormente possui, no setor masculino, dois cubículos sanitários, e, no setor feminino, um cubículo e uma lampistaria. Num dos lados, tem ainda urinóis.
ARRANJOS EXTERIORES: "jardim da estação".
Em Janeiro de 2011, contava com duas vias de circulação, com 531 e 428 m de comprimento; as plataformas tinham 120 e 57 m de extensão, apresentando ambas 40 cm de altura.[ O edifício de passageiros situa-se do lado noroeste da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Figueira da Foz). O ramal particular Ramalhal-Valouro, que serve uma fábrica de rações pecuárias, insere-se na via da Linha do Oeste nesta estação, ao PK 71,236.
Sobre a porta do vestíbulo, na fachada principal e na posterior do edifício de passageiros, bem como nas fachadas laterais, existe toponímia da estação, "RAMALHAL", na primeira inscrita numa filactera, em massa, e nas restantes, em painel de azulejos, azuis e brancos. Nas instalações sanitárias, a fachada virada à plataforma, possui painéis de azulejo a identificar: "Senhoras" e "Homens".
Utilização Inicial
Arquitecto / Construtor / Autor
RELOGOEIRO: Paul Garnier (séc. 20).
Fonte:
Direção-Geral do Património Cultural Ministério da Cultura
Cronologia
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1887, 01 agosto - abertura à exploração do troço da Linha do Oeste entre Torres Vedras e Leiria, onde se integra a estação de Ramalhal; séc. 20 - provável colocação do relógio na estação, de Paul Garnier;
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1941, maio - planta dos edifício de passageiros, das instalações sanitárias e casa tipo A;
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1946, 16 dezembro - planta de ampliação da habitação para dois agulheiros, pela Divisão de Via e Obras da companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses;
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1950, 02 janeiro - planta da remodelação das instalações sanitárias na habitação do chefe da estação;
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1952, 13 junho - diagrama da estação contemplando o edifício de passageiros, instalações sanitárias, cais coberto servido por cais descoberto, um outro cais descoberto pavimentado a terra, poço coberto, lavadouro, forno e outras construções.
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1981 Foi construída Fábrica de Rações Valouro, contígua à estação.
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1988 Uma segunda unidade, do lado oposto da via; as necessidades de escoamento do produto por via ferroviária determinaram esta localização.
Nos finais da década de 2010 foi finalmente aprovada a modernização e eletrificação da Linha do Oeste; no âmbito do projeto de 2018 para o troço a sul das Caldas da Rainha, a Estação do Ramalhal irá ser alvo de remodelação a nível das plataformas e respetivo equipamento, prevendo-se também a substituição do sistema ATV — sinalização para atravessamento de via seguro (passando do PK 71+236 para o PK 71+349); junto da estação serão mantidas as passagens superior pedonal (ao PK 71+325) e a inferior rodoviária (ao PK 71+098, com a EN558)[12] Na imediações da estação, para norte, serão suprimidas duas passagens de nível (aos PKs 72+172 e 73+615) e construída uma nova passagem superior rodoviária (ao PK 73+580), será ainda alvo de ripagem a curva do quilómetro-72 (PK 72+249 e PK 72+858).
Dados Técnico
Sistema estrutural de paredes portantes.
Materiais
Estrutura em alvenaria, rebocada e pintada; socos, cunhais, pilastras e molduras dos vãos em cantaria de calcário; caixilharias de madeira pintada e vidro simples; silhares de azulejos; marquise e colunas em ferro; coberturas exteriores em telha cerâmica.















